24 de dezembro de 2011

"Um homem com fome não é um homem livre" Robert Louis Steveson

Imagem: Christer Lieberath. Cartaz  utilizado em campanha da ONU para a promoção do fim da pobreza, 2010.
O Natal chegou e junto com ele chegaram as festas e os presentes que aquecem o mercado durante essa época. Enquanto isso, a cada ano que passa, o verdadeiro sentido do Natal é esquecido, tornando o lado material  mais importante do que o lado espiritual. O Natal é tempo para refletirmos sobres os verdadeiros valores. 

Todos os dias deveríamos refletir sobre um número e esse número é "1 bilhão". Essa é a quantidade de pessoas, que de acordo com a ONU, passam fome todos os dias. Para alguns esse valor pode ser não muito significante... Mas são 1 bilhão de pessoas que sofrem todos os dias com a falta do insumo mais importante para a sobrevivência humana, o alimento. Todos os dias homens, mulheres, jovens, idosos e crianças dormem com fome em vários lugares do mundo. Devido a subnutrição, milhares de crianças morrem todos os dias, e as que sobrevivem ficam com sequelas para o resto da vida. Essa é uma triste realidade que não é somente vista em países como os que estão localizados na África, essa realidade é bem próxima, está no nosso estado, na nossa cidade, na nossa comunidade, mas muitas as vezes ignoramos. 

Esse estado de privação é muito mais sério do que imaginamos. Se essas pessoas não tem acesso à alimentação, que o bem mais fundamental que o ser humano pode possuir, elas consequentemente são carentes de vários outros recursos. São pessoas carentes de moradia, saúde, educação... Uma em cada sete pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. Como uma mãe que recebe menos de 2 dólares por dia pode manter a sua família de forma digna? São pessoas que são esquecidas e tratadas como descartáveis. 

Não podemos mais aceitar que 1 bilhão de pessoas passem fome num mundo onde sobra alimentos. Devemos cobrar dos Estados politicas públicas mais sérias, que busquem promover não somente o Crescimento Econômico com o aumento do PIB, exportação de grãos, PNB entre outros, mas politicas que também promovam a melhoria na qualidade de vida. Isso pode ser uma ideologia, mas não podemos mais ignorar essa triste realidade. Esse é um desafios para toda a sociedade e para nós, jovens economistas. Nós não podemos sair da universidade conformados com o sofrimento diário de 1 bilhão de pessoas.

16 de dezembro de 2011

Ciganos: Minoria Marginalizada

Família cigana.  Foto: Sherman, Augustus F (Galeria de New York Public Library)

“Cigano[…]agiota, […] Pl. Povo errante e miserável, de procedência indiana[…]
empregando se agora em enganar vendedores ou compradores de gado nas
feiras[…].6” ; “[…]sujeito que faz negócios de compra e venda de animais, porém
sempre de má fé 7”; “Sin. astuto, velhaco, trapaceiro8 ” “esperto, vivo9”[…]

Essa é a definição encontrada para a palavra "cigano" e seus derivados nos dicionários brasileiros na década de 1980 e 1990, de acordo com relatório da Comissão dos Direitos Humanos da ONU. Essa definição é antiga e cruel, porém ainda enraizada na cultura brasileira visto que ainda hoje o povo cigano sofre determinados tipos de preconceito.

Conhecidos em todo o mundo, não se sabe ao certo a sua origem. Deixaram poucos registros escritos, o que dificulta ainda mais os estudos sobre esse povo de hábitos nômades. Alguns afirmam que os ciganos são originários da Índia ou do Egito. Mas o que realmente sabemos sobre esse povo é que hoje, eles fazem parte de uma minoria menos privilégiada em todo o mundo.

Na Europa, vários atos de preconceito foram vistos durante os últimos anos. Em alguns países como a França, existe vários planos  para promover a extradição desse povo. Na Alemanha já existe o incentivo a "partida voluntaria"  e extradição a ciganos ilegais. Na República Tcheca a violência contra o cigano já faz parte do cotidiano.Segundo o jornal The New York times, a crise econômica mundial de 2008 intensificou as discriminação contra os ciganos, pelo velho estereótipo dos ciganos de praticar pequenos crimes.

O relatório do Banco Mundial (BM) de 2008 afirma que em alguns casos os ciganos são até dez vezes mais pobres que o resto da população europeia. Sua expectativa de vida é entre 10 e 15 anos menor que a média e sofrem altos níveis de discriminação nos setores de educação, trabalho, casa e saúde. Esses dados mostram que o povo cigano necessita de politicas voltadas para a sua melhoria de vida e garantia dos direitos sociais que respeitem a sua cultura promovendo a inclusão social.