24 de dezembro de 2011

"Um homem com fome não é um homem livre" Robert Louis Steveson

Imagem: Christer Lieberath. Cartaz  utilizado em campanha da ONU para a promoção do fim da pobreza, 2010.
O Natal chegou e junto com ele chegaram as festas e os presentes que aquecem o mercado durante essa época. Enquanto isso, a cada ano que passa, o verdadeiro sentido do Natal é esquecido, tornando o lado material  mais importante do que o lado espiritual. O Natal é tempo para refletirmos sobres os verdadeiros valores. 

Todos os dias deveríamos refletir sobre um número e esse número é "1 bilhão". Essa é a quantidade de pessoas, que de acordo com a ONU, passam fome todos os dias. Para alguns esse valor pode ser não muito significante... Mas são 1 bilhão de pessoas que sofrem todos os dias com a falta do insumo mais importante para a sobrevivência humana, o alimento. Todos os dias homens, mulheres, jovens, idosos e crianças dormem com fome em vários lugares do mundo. Devido a subnutrição, milhares de crianças morrem todos os dias, e as que sobrevivem ficam com sequelas para o resto da vida. Essa é uma triste realidade que não é somente vista em países como os que estão localizados na África, essa realidade é bem próxima, está no nosso estado, na nossa cidade, na nossa comunidade, mas muitas as vezes ignoramos. 

Esse estado de privação é muito mais sério do que imaginamos. Se essas pessoas não tem acesso à alimentação, que o bem mais fundamental que o ser humano pode possuir, elas consequentemente são carentes de vários outros recursos. São pessoas carentes de moradia, saúde, educação... Uma em cada sete pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. Como uma mãe que recebe menos de 2 dólares por dia pode manter a sua família de forma digna? São pessoas que são esquecidas e tratadas como descartáveis. 

Não podemos mais aceitar que 1 bilhão de pessoas passem fome num mundo onde sobra alimentos. Devemos cobrar dos Estados politicas públicas mais sérias, que busquem promover não somente o Crescimento Econômico com o aumento do PIB, exportação de grãos, PNB entre outros, mas politicas que também promovam a melhoria na qualidade de vida. Isso pode ser uma ideologia, mas não podemos mais ignorar essa triste realidade. Esse é um desafios para toda a sociedade e para nós, jovens economistas. Nós não podemos sair da universidade conformados com o sofrimento diário de 1 bilhão de pessoas.

16 de dezembro de 2011

Ciganos: Minoria Marginalizada

Família cigana.  Foto: Sherman, Augustus F (Galeria de New York Public Library)

“Cigano[…]agiota, […] Pl. Povo errante e miserável, de procedência indiana[…]
empregando se agora em enganar vendedores ou compradores de gado nas
feiras[…].6” ; “[…]sujeito que faz negócios de compra e venda de animais, porém
sempre de má fé 7”; “Sin. astuto, velhaco, trapaceiro8 ” “esperto, vivo9”[…]

Essa é a definição encontrada para a palavra "cigano" e seus derivados nos dicionários brasileiros na década de 1980 e 1990, de acordo com relatório da Comissão dos Direitos Humanos da ONU. Essa definição é antiga e cruel, porém ainda enraizada na cultura brasileira visto que ainda hoje o povo cigano sofre determinados tipos de preconceito.

Conhecidos em todo o mundo, não se sabe ao certo a sua origem. Deixaram poucos registros escritos, o que dificulta ainda mais os estudos sobre esse povo de hábitos nômades. Alguns afirmam que os ciganos são originários da Índia ou do Egito. Mas o que realmente sabemos sobre esse povo é que hoje, eles fazem parte de uma minoria menos privilégiada em todo o mundo.

Na Europa, vários atos de preconceito foram vistos durante os últimos anos. Em alguns países como a França, existe vários planos  para promover a extradição desse povo. Na Alemanha já existe o incentivo a "partida voluntaria"  e extradição a ciganos ilegais. Na República Tcheca a violência contra o cigano já faz parte do cotidiano.Segundo o jornal The New York times, a crise econômica mundial de 2008 intensificou as discriminação contra os ciganos, pelo velho estereótipo dos ciganos de praticar pequenos crimes.

O relatório do Banco Mundial (BM) de 2008 afirma que em alguns casos os ciganos são até dez vezes mais pobres que o resto da população europeia. Sua expectativa de vida é entre 10 e 15 anos menor que a média e sofrem altos níveis de discriminação nos setores de educação, trabalho, casa e saúde. Esses dados mostram que o povo cigano necessita de politicas voltadas para a sua melhoria de vida e garantia dos direitos sociais que respeitem a sua cultura promovendo a inclusão social.


26 de novembro de 2011

Doe um retrato, ganhe um sorriso...

Olá galera! Estou de volta ao blog depois de vários meses sem postar nada. Agora estou com mais tempo, já estou concluindo a minha monografia (espero) que me ocupou durante mais de um semestre. Nesse intervalo que fiquei longe resolvi estudar uma das coisas que mais amo, a fotografia. E é com um post sobre fotografia que eu retorno ao Social e Sustentável!


Depois de ler varias revistas sobre esse assunto, vi uma matéria que me chamou a atenção, trata-se de um projeto que o seu principal objetivo é tirar fotos e doá-las. Esse projeto chamado Help-Portrait pode parecer para muitas pessoas mais um projeto irrelevante, afinal, ele não está doando artigos de necessidade imediata como alimentos, roupas e remédios. Nesse projeto o objeto a ser doado é uma foto, mas não é uma simples foto, é  retrato de uma pessoa carente, que passa por necessidades e que talvez nunca teria a oportunidade de ter um retrato especial. Trata-se de um projeto de doar sorrisos e lembranças. É dar para uma mãe a foto dos seus filhos para que ela tenha recordações de quando eram crianças, é dar a uma família um retrato de todos juntos, é saciar a saudade de um amor distante. 

Ache alguém passando por necessidades, faça um retrato, imprima e entregue. O que você ganha? Uma porção de sorrisos... Para participar não precisa ser um fotógrafo profissional e nem ter um equipamento avançado. O Help-Portrait está presente em 46 países, com mais de 100 mil retrato entregues. Ficou interessado? Acesse http://help-portrait.com/getting-started/

11 de junho de 2011

Charges para relaxar...

Devido ao sucesso das charges da Mafalda, resolví fazer mais uma postagem com chargues interessantes. Essas são do site de um excelente cartunista, Duke. Selecionei umas especialmente para os meus amigos economistas. Divirtam-se!





9 de junho de 2011

Ken termina namoro pela causa ambiental


Com o Dia dos Namorados chegando nada melhor do que falar sobre romance, e uma noticia chamou a atenção da mídia nessa semana. O casal de bonecos mais famoso do mundo, Barbie e Ken, acabaram mais uma vez com o namoro. O motivo é a causa ambiental. Ken rompeu com o romance após descobrir que a boneca Barbie possui embalagens fabricadas a partir de madeiras desmatada das florestas da Indonésia, considerada um dos últimos redutos de mata tropical do mundo.

Por meio de investigações do Greenpeace, foi constatado que a empresa fabricante do brinquedo compra a matéria-prima de suas embalagens da companhia Asia Pulp and Paper (APP), subsidiária do grupo Sinar Mas, considerado pelo o Greenpece, mais notório destruidor de florestas da Indonésia. Para pressionar a maior fabricante de brinquedos do mundo a parar de alimentar a cadeia de destruição de árvores que afeta o habitat dos últimos orangotangos, tigres e elefantes do planeta, o Greenpeace lançou uma ação em protesto contra a fabricante do brinquedo. O lançamento aconteceu no ultimo dia 07 na cidade de El Segundo, nos Estados Unidos, onde fica baseada a sede..

Faixa estendida em protesto na sede da empresa
Lá foi esticada uma faixa gigante com a foto de Ken onde se lia “Barbie, acabou. Eu não namoro garotas que se envolvem com desmatamento”. Oito ativistas foram presos, entre eles uma mulher vestida de Barbie que dirigia uma escavadeira rosa.  Ativistas da Inglaterra, Dinamarca, Finlândia e Taiwan realizaram ações nos mesmos moldes, chamando a atenção para o problema. Na capital da Indonésia, o Greenpeace promoveu uma coletiva de imprensa com presença de meios de comunicação de vários países.

Espero que essa ação  mobilize não somente esse fabricante de brinquedos a rever os seus conceitos de sustentabilidade, mas também todas as outras empresas que utilizam de forma irresponsável os recursos naturais.

4 de junho de 2011

Filmes Interessantes que Poucos Indicariam

O cinema constantemente está lançando filmes super produzidos que provavelmente serão sucesso de bilheteria em todo o mundo. Porém, existem aqueles, antigos ou novos, que não tiveram os mesmos investimentos na sua produção e na divulgação,  mas que mesmo com a sua simplicidade são interessantes e abordam temas importantes para a sociedade.

Aqui vai algumas dicas!

Comedores de Ferro

Título Original:Eisenfresser
Origem: Alemanha 
Ano: 2007
Genêro: Documentário
Diretor: Shaheen Dill-Riaz

Documentário que mostra a triste realidade dos recicladores de navios na  praia de Chittagong, em Bangladesh. Em uma postagem anterior, relatei o atual estado de degradação do meio ambiente e também de homens e mulheres que trabalham arduamente desmontando navios sem nenhum equipamento adequado e em contado com resíduos químicos altamente prejudicais a saúde.

Trailler do filme "Comedores de Ferro": Apesar de estar em inglês, as imagens do filme por sí só já esclarecem e senssibilizam a respeito dos problemas enfrentados por esse trabalhadores. Vale a pena ver!



Nenhum A menos

Título original: Ye ge dou bu neng shao
Título alternativo: Not One Less
Origem: China
Ano: 1999
Gênero: Drama
Diretor: Zhang Yimou


Filme sobre a história de uma adolescente de 13 anos que irá substituir um professor em uma escola rural de uma pequena aldeia da China. Apesar de sua pouca idade e inexperiência, a personagem assume o compromisso de ser professora dessa escola carente de recursos e com alunos  vivendo em condições de risco social. É um retrato quase documental da atual situação dos estudantes rurais na China. Uma curiosidade desse filme é que os personagens tem o mesmo nome na vida real, e grande parte deles tem a mesma ocupação. Os alunos da escola são realmente alunos no vilarejo em que o filme foi gravado.


Que Droga de Vida

Título Original: Life Stinks
Origem: EUA
Ano: 1991
Gênero: Comédia
Diretor: Mel Brooks


Comédia que conta a  história de um milionário excêntrico que apostou passar um mês na parte pobre da cidade de Los Angeles vivendo como um mendigo. Lá ele conhece a outra realidade, a luta diária dos desabrigados pela sobrevivência nas ruas. O mais interessante nesse filme é que ele se propõem a mostrar o dia-a-dia dos mendigos nos EUA, expondo de forma crítica o preconceito que existem entre os  moradores de ruas assim como as suas dificuldades.


O Pequeno Anjo da Colômbia 


Origem: EUA / Colômbia
Gênero: Documentário
Diretor: Gregory Smith


Documentário sobre Alveiro Vargas, menino de 9 anos, que cuidava de idosos numa favela da Colômbia. Nesse filme, é mostrada toda a trajetória dessa criança que lutou por melhor qualidade de vida desses idosos e que depois de dez anos já havia construindo uma instituição para que lhes fossem oferecidos os cuidados necessários. Para quem quiser conhecer um pouco mais desse trabalho realizado existe um site da Fundación Albeiro Vargas com várias informações a respeito da instituição criada por Alveiro Vargas.

Ai Que Vida


Título Original: Ai que vida
Origem: Brasil
Ano: 2008
Gênero: Comédia e Drama
Diretor: Cícero Filho



Filmado no Piauí e no Maranhão com atores e técnicos da própria comunidade, este filme conta a história da cidade fictícia de Poço Fundo, no nordeste, que está vivendo um caos em sua administração publica  devido ao seu prefeito corrupto, Zé Leitão, que tenta se reeleger. Mas dessa vez ele vai enfrentar a microempresária Cleonice da Cruz Piedade, que se lança candidata à prefeitura revoltada com a morte de uma criança que consumira medicamento com a data de validade vencida, distribuído pelos cabos eleitorais de Zé Leitão para conquistar o voto dos eleitores pobres.

31 de maio de 2011

Lixo Eletrônico: O que todos que gostam de tecnologia deveriam saber



De acordo com a ONU, o Brasil é maior produtor per capita de resíduos eletrônicos entre os países emergentes

Todos os dias o mercado lança uma grande variedades de novos produtos. São roupas, geralmente de grifes, que a cada temporada lançam novas coleções, são novos produtos alimentícios industrializados que  enchem as prateleiras dos supermercados com embalagens apelativas. E são principalmente, produtos eletrônicos, que a cada dia estão mais modernos, desempenhado as mais diversas funções e com a vida útil mais curta.
A grande competitividade entre as empresas que produzem eletrônicos estimula o desenvolvimento de novos produtos até então considerados inovadores, são smartphones, computadores como notebook e netbooks de cores, modelos e configurações diferentes, Mp3 e suas outras derivações que vão além do Mp12, e a agora a nova "sensação" do mundo tecnológico, os Tablets.
Essas empresas utlilizam um forte apelo publicitário para tornarem os seu produtos visíveis e desejados. Porém, essa corrida das grandes companhias pela a "maior fatia do mercado" faz com que ao mesmo tempo que são lançados novos produtos, outra imensa quantidade é descartada.

Lixo eletrônico na China
fonte: http://www.greenpeace.org/australia/admin/image-library2/waste-china
A proporção de lixo eletrônico lançado no meio ambiente está crescendo em todo o no mundo, de acordo com  O Estadão estima-se que 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano. Grande parte é originada nos países ricos.  Europa seria responsável por um quarto desse lixo. Mas o que a ONU alerta agora é para a explosão do fenômeno nos países emergentes como Brasil, Índia, México e China e a sua falta de capacidade para lidar com esse material. O e-lixo, como é denominado o lixo eletrônico, é composto por metais tóxicos com o arsênico, chubo, cádmio, cromo, níquel e prata que podem causar cancêr, envenenamento, diabetes entre outros problemas, além de prejudicar o meio ambiente.

Criança coletando lixo eletrônico em Gana - Source: Andrew McConnell 
O destino do lixo eletrônico que em grande parte é produzino na Europa e nos Estado Unidos geralmente são os países emergentes. A África é um desses destinos. De acordo com a Revista Galileu, a cidade de Accra, em Gana, é abastecida regularmente por contêineres de eletrônicos descartados por países desenvolvidos. Em uma espécie de lixão a céu aberto jovens e crianças trabalham em condições precárias na coleta desses resíduos, nesse lugar o solo já atingiu o limite máximo de componentes tóxicos tolerados expondo os recicladores a altos níveis de contaminação. Muitos equipamentos são queimados para extrair metais a serem vendidos, nesse "mercado" um disco rígido pode chegar a custar até US$ 35, mas no geral, os ganhos obitdos não chegam a serem autos, pois muito desse jovens utilizam esse trabalho para sustentar a família inteira.
A inovação tecnológica é importante, ela possibilita melhoria na qualidade de vida das pessoas e a sua produção ocorre principalmente em países desenvolvidos. Mas a medida que o denvolvimento tecnológico avança, novas preocupações devem surgir, uma deles é como gerir de forma sustentável a produção de lixo mundial causado pelo aumento consumo.

fontes:
http://ambiente.hsw.uol.com.br/lixo-eletronico1.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,brasil-e-o-campeao-do-lixo-eletronico-entre-emergentes,514495,0.htm
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI173803-17773,00-TUMULO+DE+GADGETS.html
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI112900-17579,00-ONDE+OS+ELETRONICOS+VAO+MORRER+E+MATAR.html

20 de maio de 2011

"Democracia Real Já"

Cartaz utilizado nas manifestações
Um movimento organizado primeiramente por jovens está inquietando as autoridades do governo espanhol. Milhares de jovens espanhóis sairam à rua no ultimo dia 15 indignados com a real situação econômica e política do país, são homens e mulheres que não se conformam com os problemas causados pela crise no qual  vem enfrentando. Eles estão lutando contra a corrupção,  contra a violação da democracia, por direito à habitação, saúde pública gratuita, reforma fiscal e a saída do país da organização Fundo Monetário Internacional. Mas a sua principal reivindicação é quanto a mais criação de postos de trabalho visto que a atual crise espanhola fez subir o desemprego para a taxa recorde de 21,19 por cento, sendo que desse percentual 45 por cento correspondem a  menores de 25 anos. 

As manifestações foram organizadas pelo movimento pacífico Democracia Real Ya (Democracia real já), sob o lema "Não somos mercadoria de políticos nem de banqueiros". Segundo informações do El Pais esses protestos aconteceram em cerca de 50 cidades na Espanha. Cartazes e palavras de ordem fizeram parte desse movimento, alguns jovens chegaram a acampar em lugares estratégicos de Madri, essa mobilização foi promovida através do uso de redes sociais e de sites de adeptos , o que proporcinou uma  ampla divulgação. Novos atos de protesto estão previstos, porém, alguns mencionam que o Estado esteja reprimindo esse movimento, que usa como pretexto o fato de que esses protestos podem "prejudicar" a eleição, que está próxima a acontecer. Essa manifestação já se estendeu a diversas cidades européias como Lisboa, Coimbra, Paris, Londres e Berlim, onde manifestantes fizeram atos de protestos semelhante aos da Espanha.

Jovens em manifestação na Espanha








O Brasil é um país, que como qualquer país emergente, apresenta uma série de problemas que todos os dias ferem a sociedade. Violência, corrupção, péssima qualidade da educação e saúde e o desemprego são alguns desses. Todos nós, como cidadãos, deveríamos ser consciente e cobrar uma postura mais ativa dos nosso representates para a resolução desses problemas. Devemos nos unir e nos inspirar em movimentos como esse e não apenas nos conformamos com a realidade  imposta por nós. Se quisermos mudanças, façamos a nossa parte.

14 de maio de 2011

Florestas: Vida além das árvores


"Plantações não são florestas"
Área que teve sua cobertura vegetal original retirada e replantada com eucaliptos
Durante os últimos anos os  problemas ambientais ganharam grande visibilidade a nível mundial levando a uma maior conscientização a respeito da preservação dos recursos naturais. 
Hoje um dos maiores problemas ambientais a serem enfrentados é o desmatamento. Grande parte da cobertura vegetal original do mundo está sendo destruída pela desenfreada ambição pelo lucro. O agronegócio derruba árvores para a prática de monoculturas, que é uma atividade altamente degradante do meio ambiente, desmata a cobertura vegetal de forma irregular para a atividade pastoril e substitui as floresta por plantações de eucaliptos, alimentando grandes complexos industriais ao mesmo tempo que desapropria os pequenos produtores excluindo-os desse ciclo vicioso do lucro. Essas "florestas replantadas" agridem a biodiversidade e destroem a vida que depende dela. Todos somos dependentes da natureza e estamos destruindo o nosso principal meio de sobrevivência. Utilizamos a biodiversidade para nos alimentar, produzir remédios assim como desenvolver varias pesquisas nas mais diversas áreas de conhecimento.
Segundo dados do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mundo e  ainda garantem de forma direta a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre. As florestas, quando preservadas, são capazes de movimentar cerca de $ 327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo  tornando necessária novas medidas de conscientização.
O ano de  2010 foi o ano da Biodiversidade e 2011 entra para a história como Ano Internacional das Florestas, segundo a Organização das Nações Unidas - ONU. A ideia é promover durante o ano ações que incentivem a conservação e a sustentabilidade de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta
Como dependentes desses recursos tão escassos e explorados, devemos assumir uma postura mais consciente  mediante aos problemas ambientais afinal, o que estamos realmente fazendo para proteger o planeta?

Sobre o "Ano Internacional das Florestas"


Logotipo da campanha desenvolvido para representar o tema "Floresta para o Povo". Neste logotipo podemos ver alguns dos principais valores múltiplo das florestas. Elas oferecem abrigo para as pessoas e habitat para a biodiversidade, são fonte de alimentos, remédios e água potável, e desempenham um papel vital em manter um clima estável global e meio ambiente. Todos estes elementos em conjunto reforçam a mensagem de que as florestas são vitais para a sobrevivência e para o bem-estar das pessoas em todos os lugares e para todos os 7000 milhões de pessoas que habitam o mundo. 



Filme oficial do Ano Internacional das Florestas dirigido por Yann Arthus-Bertrand para as Nações Unidas.


Fontes:

1 de abril de 2011

Quando um "mendigo" está na moda

Devido aos pedidos dos leitores, em especial leitoras, resolvi escrever algo sobre  moda. Depois de muito pensar em como encaixar esse tema em um blog que tem como principal assunto a inclusão social, eis que surge a postagem. Vamos fazer uma análise de um estilo chamado "Homeless Chic".
A Revista Vogue Itália em 2009 estampou mal trapinhos na capa
Traduzindo livremente, homeless significa morador de rua ou mendigo. Essa moda surgiu em 1980, a "década perdida" e das crises econômicas, tem como principal tendência o uso de roupas largadas, rasgadas, com aspecto de usadas e sujas, ou seja, essa moda se propõe a montar um "look mendigo".
Em 2010, esse estilo alternativo marcou presença no mundo fashion. Grifes famosas apostaram nesse estilo não muito convencional, estampando capas de revistas com modelos trajando roupas mal trapilhas.
Outro fato curioso é que essa moda acaba se inspirando e tomando como ícones personagens reais, como um morador de rua da China, que acabou ficando famoso ao ser fotografado usando roupas velhas e excêntricas pelas ruas.
Brother Sharp, mendigo chinês que ficou famoso pelo seu estilo
Com isso, podemos ver mais uma inversão de valores do capitalismo, como diz o clichê, do lixo ao luxo. Aqui o capitalismo cria oportunidade até mesmo em situações onde devemos questionar os princípios de justiça social.
O que devemos refletir é se esse mundo fashion está banalizando a pobreza e utilizando o pretexto da moda para esconder as diferenças sociais gerando um conformismo, ou promover a moda como instrumento de inclusão.
O fato é que nenhum mendigo se veste como um mendigo por opção ou por querer estar na moda. Essas pessoas foram excluídas e são frutos de um sistema capitalista que não dá oportunidade igual para todos. Diariamente, em todo o mundo, homens, mulheres e crianças passam por privações  e  de acordo com a ONU, podemos observar que o difícil acesso a alimentação (devido a sua alta nos preços) levou 44 milhões de pessoas à pobreza.
Será que a moda está tentando amenizar o sofrimento causado pela pobreza? Ou será que o Homeless Chic é apenas uma excentricidade do consumismo? Provavelmente nenhum mendigo terá acesso a essas roupas estampadas em revistas, apesar de usarem as suas vidas como inspiração. 
Esse é mais um tema que a nossa sociedade deve refletir. Devemos abrir um debate social e político a respeito da exclusão social que priva milhões de pessoas em todo o mundo de terem uma vida mais digna. 

Fonte:

18 de março de 2011

Meena Contra a Exclusão Social


Nos anos 90 foi exibido na TV brasileira um desenho animado diferente dos desenhos que nós vemos passar na televisão nos dias de hoje. Feito com a iniciativa da UNICEF e com o apoio e orientação de Hanna-Barbera, Meena, ficou conhecido por mostrar o dia-a-dia de uma menina de um país típico do Sul Asiático.
O projeto surgiu da necessidade de confrontar a extrema discriminação contra as meninas dessa região da Ásia. O objetivo da iniciativa Meena era criar uma personagem feminina que representa-se as meninas em Bangladesh, Índia, Paquistão e Nepal, lidando com problemas sérios na região, como a educação exclusiva para homens, o casamento precoce no qual as meninas eram submetidas, o privilégio dos homens sobre a alimentação e carga de trabalho inadequada para crianças.
A criação de Meena, teve como principal objetivo conscientizar as pessoas de países que ainda possuem uma cultura discriminatória contra crianças e mulheres para proporcionar uma melhor qualidade de vida a essa parte da população que sofre constantemente com a exclusão social. Elas reconhecem nesse desenho as suas próprias experiências  encontrando suas próprias vozes para quebrar esses preconceitos.
Fonte Unicef: Grupo de meninas lendo uma publicação de Meena em uma escola em Laos
Fonte Unicef: Encenação de Meena para a população local
Após a criação desse desenho animado, surgiram outras iniciativas como o programa de rádio Meena em uma região da Índia, transmitido por rádios locais para as crianças durante as tardes, levando várias mensagens importares  relacionadas à cidadania.A utilização de desse material, com a personagem Meena, já promoveu importantes mudanças , como a redução da taxa de abandono escolar o aumentando do desempenho com a leitura e a escrita.
Através desse exemplo, podemos constatar a grande importância que a mídia possui como veículo de divulgação de informações levando de forma acessível a conscientização quanto aos problemas sociais que até então eram desconhecidos.

Para recordar...
Eu adorava esse desenho e para quem tiver curiosidade, Meena também está disponível em quadrinhos pelo site http://www.unicef.org/rosa/media_2512.htm

Abertura original do desenho Meena.

    

                                                                

14 de março de 2011

Dia Mundial do Consumidor


"Se toda a população do mundo tivesse os hábitos de consumo dos americanos, seriam necessários 5 planetas para manter seu estilo de vida e os recursos naturais provavelmente se esgotariam em menos de 20 anos."

Diferente das outras datas que ganharam um caráter mais comemorativo, o dia 15 de março, dia mundial do consumidor, não é voltado para presentear aos outros e a si mesmo (apesar do nome ser bem sugestivo), mas sim, para refletir sobre os nosso direitos como consumidores, assim como os nossos deveres. Devemos  pensar no impacto do consumismo desenfreado sobre o planeta e sobre a importância do consumo consciente, pois, os nossos recursos  naturais são escassos e ainda somos muito dependentes deles. 
Algumas inovações promovidas pelo desenvolvimento tecnológico reduziram a demanda de alguns recursos naturais, mas ainda não é o suficiente. A cada dia a produção industrial  fica mais dependente do petróleo. A água, a madeira e as outras matérias-primas fornecidas pela natureza ainda continuam sendo exploradas em larga escala pelo mercado.
Como consumidores conscientes devemos refletir sobre a exploração da fauna e da flora para a produção de bens supérfluos, como as peles de animais usadas na industrial da moda, assim como o uso de produtos que degradam o meio ambiente, como sacolas plásticas, agrotóxicos e outros químicos.
Vivemos num planeta onde os recursos são limitados. É nossa responsabilidade preservá-lo para as futuras gerações.


 

12 de março de 2011

E na Terra do Sol Nascente...

O mundo está acompanhando várias catástofres ambientais nos últimos tempos. Durante um período tão curto, nunca se viu tantos terremotos, enchentes e até mesmo tsunamis, algo que até então só era visto em filmes. Hoje podemos acompanhar pelos meios de comunicação as consequências de alguns desses fenômenos naturais no país que é considerado uma das maiores e mais promissoras potências, a terra do sol nascente, o Japão. Casas, carros e principalmente vidas destruídas com essa trágedia. E não acabou por ai, o caos está instalado, grande parte da infraestrutura básicas das cidades atingidas está comprometidas. E o pior de tudo, o país que durante anos investiu e foi reconhecido pelo desenvolvimento de tecnologia de ponta, poderá enfrentar uma perigosa tragédia, uma contaminação nuclear.
Durante anos as iniciativas de ativitas ambientais, de ecologistas e de instituições voltadas para a proteção do meio ambiente foram perseguidas e marginalizadas por defenderem um meio sobrevivência menos poluente e agressor do meio ambiente.
O que vemos agora? Uma potência preste a passar por mais um capítulo de um drama nuclear. Não sabemos a suas dimensões. O que gostaríamos de saber é por que os países insistem em produzir energia suja se o nosso planeta é tão frágil e finito? Países sem a menor estrutura correm como desesperados atrás do conhecimento nuclear para ser utilizado de forma inapropriada. Índia, Irã, Paquistão... Falando nisso, alguém já parou pra pensar cadê as usinas Angra I, II e III? Alguém sabe qual o destino do lixo atômico? Porque isso não é do nosso conhecimento? Nós não sabemos ao certo as consequências desses desastres no Japão e no mundo, mas somos em parte responsável por isso, por que nos calamos quando vemos alguém desmatando, poluindo, e porque consentimos quando o governo despreza a questão ambiental. Espero que agora as pessoas estejam mais atentas e mais sensibilizadas às questões global, por que elas também são nossa responsabilidade e fruto das nossas ações . Como disse um amigo: "Os japoneses não podem reclamar do Godzilla". No Brasil, todos os dias, os nossos rios são poluídos por resíduos químicos, por lixo doméstico e industrial, todo inverno os bairros das grandes cidades ficam completamente debaixo d'agua devido a nossa educação que entope os bueiros, milhares de árvores e animais silvestres são mortos, e enquanto isso, nos mantemos em uma distância confortável, longe dessa preocupação, afinal, não é somente culpa nossa! Ainda vivemos sobre uma consciência de que os recursos naturais não devem ser prioridade nas discussões políticas. Resultado disso: Protocolo de Kyoto. A nossa memória é seletiva, ou será que alguém ainda se lembra do acidente ambiental no Golfo do México (não faz muito tempo). Espero que calendário maia esteja errado... 

Pra quem acha que esse símbolo é coisa do...  

Símbolo criado por Gerald Holton, utilizado como protesto contra armas nucleares.Usa as letras N (nuclear)   e D (disarmament) do alfabeto de sinalização de bandeiras. Apesar de existirem controvérsias a respeito da origem do símbolo.
                                                   

Mafalda para relaxar...



Para anarquistas...

Para economistas...

Para revolucionários...

21 de janeiro de 2011

O voto como instrumento de reconstrução


Algumas pessoas me questionam por que eu não escrevo algo relacionado ao Brasil e em especial ao Ceará. Eu sempre concordo me dispondo em escrever algum post relacionado a esses assuntos. Mas como esse blog se propõem a falar sobre problemas social e ambientais, resolvi escrever sobre um movimento, que deverá ter como protagonista as camadas populares de um dos países mais fragilizado na atualidade, as eleições no Haiti.


Funcionário começa a contar votos em Porto Príncipe, capital do Haiti, na noite desta segunda-feira.


País mais pobre do hemisfério ocidental, o Haiti possue 80% da sua população vivendo na pobreza, com menos de US$ 2 por dia.  Apresenta ainda grades problemas na sua infra-estrutura básica e uma insuficiente rede de assistência social que marginaliza a sua população, além de um precário sistema de saúde, o que possibilita a rápida proliferação de epidemias como a cólera, que de acordo com Ministério da Saúde Pública e População, dizimou mais de 3.000 haitianos nos últimos dias. Esses problemas não foram apenas criados pelo terremoto que assolou o país em 2010, mas por problemas políticos e sociais que o país vem enfrentando a vários anos.

O primeiro turno das eleições no Haiti foi marcado por uma série de conflitos depois da divulgação dos resultados, levantando dúvidas sobre uma possível fraude na contagem dos votos que deram o primeiro lugar à ex-primeira-dama Mirlande Manigat, com 31,37% dos votos e o segundo ao candidato governista Jude Celestin, com 22,48%, o que suscitou uma onda de violentos protestos nas quais houve quatro mortos e vários feridos.


Cartazes de campanha política no Afeganistão Foto: Ahmad Masood/ REUTERS


Esses eventos lembram as eleições que ocorreram no Afeganistão em 2010, que assim como Haiti, possui grande parte da população vivendo em condições inapropridas e que durante a votação também sofreu diversos conflitos por meio de desordem civil e atentados com explosões em zonas eleitorais, que ocasionaram mortes de várias pessoas em todo o país .


Em qualquer lugar que seja, o voto deve ser usado como um instrumento do povo para melhorar a sua condição de vida e a do seu país, e em países que enfrentam uma grande situação de crise fianceira e desordem social como o Haiti e o Afeganistão, a importância do voto torna-se mais forte, pois ele não será apenas um meio de melhorar a vida da população mas  também de reconstrução  de toda a sua sociedade .